O Mate e a Memória

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O sabor amargo e o primeiro trago que sempre me queima o céu da boca transportam-me para parques ao Domingo, sentada na relva com los chicos; para a cozinha da Gringa, enquanto ela e a Patricia andam de volta dos tachos e me preguntan “Como te fue?”; para tardes de conversa com a Carole e a Celia, nessa cozinha, no mercado, nos parques, em viagem; para a casa da Sofia, e do Gaston; para as reuniões de segunda-feira de manhã, trabalho à volta de doces e a Inês a fazer rodar o mate; para o campo dos Machado, 10 mulheres com “conversa de gaja”; para a “cueva” do Riqui e do Gabi, a discutir musica, filmes e a metafísica que existe em ter camisas penduradas a servir de abajours.

Nunca me esqueço das pessoas, do que nos une, mas às vezes falham-me os pormenores. Um gole de mate e estou lá, na minha Córdoba querida, feliz como nunca apesar de todas as incertezas.

Hoje comecei a empacotar roupa para a minha mudança. Primeiro um momento de pânico, depois lembrei-me: Feliz como nunca apesar de todas as incertezas. Tem graça que tenha desencantado o mate que já não bebia há meses, momentos depois.

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3 thoughts on “O Mate e a Memória

  1. Olá. Entrou Outubro e lembrei-me de si.Da sua viagem.Do maravilhoso que é viajar e seguir os sonhos.Admiro a sua coragem e admiro-a a si.Mas vim aqui para lhe desejar tudo de bom nesses paises que eu tanto adoro e de que tenho saudades.Irei acompanhando.Bj

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