Ecopistas e Pedaladas

Se me estás a ler em Portugal, este é um postal que chega de perto. Em Abril, fui celebrar a liberdade sobre duas rodas num passeio de bicicleta de três dias. Começámos, eu e o Borja, em Coimbra, a 25 de Abril. Chamei-lhe a “rota dos rios” porque acompanhámos um diferente em cada dia. No primeiro, o Mondego, fazendo uma junção da Grande Rota Caminhos do Mondego com as variantes para bicicleta da Nacional 2. Foi o dia com mais subidas e descidas, curvas e mudanças de terreno. Foram 62 km divertidos até Santa Comba Dão, e relembraram-nos o quanto gostamos de viajar assim. O segundo e terceiro dias, foram de ecopistas com o nome dos rios que acompanham e das linhas de comboio que lhes deram origem. A do Dão, de Santa Comba a Viseu, outros 62 km, foi uma maravilha, sempre a rolar em pista, atravessando parques e florestas de Carvalho. A do Vouga, de Viseu a Sernada do Vouga, foi inaugurada o ano passado. Foram 80 km num misto de asfalto, pista e gravilha, com zonas muito bonitas e outras mais aborrecidas a atravessar povoações. Tivemos de fazer um sprint nos últimos 40 km, para conseguir apanhar o comboio em Sernada, que não nos permitiu aproveitar tanto o caminho como gostaríamos e ele merece, mas também foi um desafio bom de superar.

Tenho sempre sentimentos contraditórios com estas ecopistas. Por um lado dá-me muita pena que já não funcionem as linhas de comboio, que devem ter sido lindas. Por outro, este é o melhor aproveitamento que se podia fazer destes percursos. Dá muito prazer percorrê-las assim, a pedalar. E parece-me um bom motor de turismo responsável, para além de dar espaços para actividades ao livre às populações locais.

Se não costumas fazer viagens de bicicleta e gostavas de começar, são uma óptima opção. Não são muito difíceis nem técnicas, não há trânsito e podes jogar com as distâncias escolhendo fazê-las completas ou em troços mais pequenos. Há vilas, aldeias e cidades pelo caminho para pernoitar e que valem a pena conhecer também. Deixo-te o desafio 😉

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