“Então e não vais escrever sobre o nosso acampamento?”
Como não escrever sobre este acampamento onde aterrei de penetra, mas não o sinto.
Este acampamento onde penduramos roupa e frases, e cadáveres esquisitos que desenhámos nas primeiras manhãs desocupadas.
Este acampamento que se mantém um oásis no caos de tendas à nossa volta.
Este acampamento onde partilhamos comida e ideias, e a que chamamos Pátio da Fruta Fresca, porque sim.
Este acampamento onde me deito agora a olhar o céu através das árvores, a pensar na sorte que tenho por ter estas pessoas a cruzar o meu caminho.
Este acampamento que é tão mais que o espaço físico que ocupa. Que somos todos, aqui e nas noites longas de hidromel. Aqui e nos mergulhos. Aqui e nas sestas. Aqui e nos braços dados em Círculos Circassianos, em Scottishes, em Polkas, em Andros, em Hunter Dros, em Valsas, em Mazurcas e em todas as outras danças que não sabemos, mas inventamos.
Aqui e na energia de uma Fanfarra afinada, de uma Tarantela louca. Aqui e nos silêncios partilhados, quando a música diz tudo.
Aqui e em qualquer lugar. Mesmo quando estivermos todos longe daqui.
(O Pátio da Fruta Fresca aconteceu no Festival Andanças)