Há livros que se insinuam na minha vida de mansinho, e depois chegam num repente de vida e aparentes coincidências maravilhosas. Há uns anos, por causa do título e durante as minhas pesquisas de livros sobre natureza e condição humana , tentei descarregar “O Homem Que Plantava Árvores” de Jean Giono. Os ficheiros resultaram vazios e nunca o cheguei a ler. De facto, (quase) me esqueci dele.
Há uns dias, entrei na Bertrand do Chiado sem ideia de comprar nada, só a acompanhar quem ia às compras, e deparei-me com ele. Decidi levá-lo. Na caixa, o rapaz pergunta-me se estava a levar aquela edição específica porque queria, ou se o que queria era o livro.
“É só o livro. Já o queria ler há algum tempo”.
“Esta é uma edição especial do plano nacional de leitura. As ilustrações são diferentes e…há outra que eu gosto mais. Posso ir buscar?” Assenti. O rapaz voltou a sorrir com um livro realmente diferente, menos “bonitinho”. Concordei com ele. Disse-me que era um dos seus livros favoritos.
“Depois de ler o livro, vá ao youtube e ponha o título. Há lá uma animação muito bonita também.
Saí da livraria a sorrir, meio espantada com o entusiasmo do rapaz, numa livraria que (infelizmente) não associo a ter trabalhadores tão apaixonados e conhecedores de livros. Li o livro essa tarde, e vi a animação na noite a seguir. Esta animação.
Não digo mais nada para não vos condicionar. Leiam, ou ouçam e vejam, e digam-me o que sentiram.