Caos, Palácios e Macacos
Chegar a Jaipur foi estranhamente tranquilo. O comboio saiu de Delhi a horas, ia com pouca gente, e chegou no horário, seis horas depois, a Jaipur. O hostel mandou um tuk-tuk gratuito para me ir buscar, que, claro, me tentou vender um tour pela cidade à tarde. Ainda que reticente, aceitei. Já me correu bem outras vezes. Conheci o Manesh, agora amigo e organizador-mor dos meus transportes com o grupo, em Agra, exactamente assim. E quando não corre tão bem, ficam as histórias. Vamos então a elas.
“I will show you the best places”. Claro, sempre. Todos, em todo lado, são e levam aos melhores sítios. É a Índia. Lá fui com o Imram para os melhores sítios, que eram, na verdade, os sítios para onde vai toda a gente. Não me importei, sabia ao que ia. Jaipur, apelidada cidade cor de rosa pela côr dos edifícios da cidade velha (que são, na verdade, mais âmbar que rosa), é muito mais caótica que esperava. Não sei porque a imaginava mais calma, há poucos lugares na Índia que o são, nenhum é uma cidade e Jaipur é a capital do Rajastão, a cidade mais populosa do estado e a décima maior do país. O pó e o trânsito, que Imram navegava com zero cuidado, cansaram-me rapidamente. Fui alternando o ódio e o deslumbre, ao ritmo das buzinas e da arquitectura.

O caos de veículos e o constante ziguezaguear da condução escondem a organização em grelha da cidade velha, onde se entra, por arcos na muralha, que é hoje descontínua. Esta Jaipur, foi mandada construir pelo marajá Jai Singh II, em 1727, para transferir a capital do seu reino de Amer, no topo da colina onde se encontra o forte-palácio com o mesmo nome, para a planície, onde havia mais espaço para a população em crescimento e mais disponibilidade de água. Assim, em vez do crescimento orgânico (e caótico), por acumulação de camadas temporais na topografia acidentada do terreno da maioria das cidades medievais, Jaipur ergueu-se de uma assentada, em quatro anos, seguindo um plano geométrico baseado em princípios arquitectónicos dos Vedas.
Claro que, ao longo dos séculos e com o crescimento populacional, principalmente a partir do século XX, a cidade expandiu e estes princípios não foram aplicados nessa expansão. O caos do trânsito entra e sai da cidade velha, afunilando nas portas históricas onde se acumulam todos os veículos, e as pessoas, debaixo dos arcos.
O primeiro sítio onde o Imram me deixou foi o Albert Hall Museum, que estava mais perto do hostel, fora da cidade velha. Este museu, aberto em 1887, foi desenhado por um engenheiro inglês, Samuel Swinton Jacob, responsável por muitos edifícios de estilo indo-sarraceno (ou indo-gótico, mogol-gótico ou neomogol) no então Raj Britânico. É o museu mais antigo do Rajastão, tendo sido construído de propósito para albergar uma vasta coleção de artefactos, reunidos pelo coronel Thomas Hendley. O então marajá e o coronel pretenderam reunir, preservar e mostrar as artes e ofícios tradicionais de toda a região e a colecção compreende uma amostra variada de pinturas, joalharia, estatuária em diversos materiais, armas, cerâmica e moedas de várias civilizações.
Percorri as galerias tentando destrinçar informação relevante das centenas de artefactos e obras expostas, mas eram demasiados objectos para pouca informação, e, confesso, aborreci-me. O edifício é realmente bonito, mas sinto que me bastava tê-lo admirado por fora e poupado as 500 rupias do bilhete. Fica a dica.


Dali, seguimos para a cidade velha, em direcção a Jantar Matar e ao Palácio. Senti o primeiro deslumbre-rosa ao atravessar a Porta de Sanganery, apesar da confusão. Os três arcos, o rosa-âmbar cortado pelas ramagens brancas pintadas a toda a volta, os pequenos chhatri no topo, todo um luxo para um portão. A partir daí, todas as paredes são, por decreto, esse rosa.

Girámos pela estrada do Jhori Bazar enquanto o Imram me repetia que aquele mercado era só para turistas, que mais tarde me levava ao “real one. Local market. Good quality, good prices”. Ri-me. Claro. Enquanto contornávamos os muros altos do Jantar Matar, decidi e comuniquei-lhe que não ia entrar, para irmos directos ao palácio. Ainda a pensar no Albert Hall e já conhecendo o Jantar Matar de Delhi, decidi que não queria entrar. Sabia que as estruturas arquitectónicas deste observatório astronómico eram maiores e mais antigas que as de Delhi, mas o aspecto será semelhante. Preferi guardar o investimento para possíveis outros lugares.
Na entrada do palácio (o City Palace, suponho que por oposição ao palácio antigo, no forte de Amer), duvidei muito se gastar os 50 € (4000 INR) no bilhete que me dava acesso a alas mais privadas, e mais trabalhadas. O palácio é residência da família real de Jaipur desde a sua construção, em 1727, até hoje. Construído misturando elementos da arquitectura Rajput e Mogol, o palácio é constituído por vários edifícios, que rodeiam diferentes pátios. Com o bilhete geral (9 €) tem-se acesso a alguns dos pátios, as antigas salas de audiência reais e dois museus (de armas e de trajes), que ficam em antigas salas de audiências também.




Mais que as colecções, valem pela beleza dos edifícios. Madeira, mármore e estuque, treliças e espirais, varandas e arcadas, rosa e branco, tectos trabalhados, padrões geométricos e florais, candelabros gigantes, pinturas detalhadas a cobrir paredes inteiras. No expoente máximo do detalhe, as portas temáticas do Pritam Niwas Chowk, o “pátio dos amados”.




Imagino o que não seria o “Royal Splendor”, as tais alas a que se poderia aceder com o bilhete mais caro, que não comprei. A sala azul, a sala dos espelhos, os azulejos e as gravações a ouro nas paredes, o último andar, onde se hasteia a bandeira que sinaliza que o marajá está no palácio e de onde se avista toda a cidade. Confesso que me ficou entalado, mas acho que acabei por gastar esse dinheiro em algo que contribuiu um pouco mais para as pessoas de Jaipur. Já lá chegaremos.
Quando saí do palácio, o Imram não estava. Liguei-lhe. “Coming, coming. Five minutes.” Dez minutos depois, nada. Liguei-lhe de novo. “Coming, coming. Tire problem. Ten minutes.” Não ia ficar ali parada, a responder a cada 30 segundos que não precisava de transporte, que já tinha, que não queria comprar nada. Olhei para o mapa e vi que estava perto do Hawa Mahal, que seria a próxima paragem. Liguei-lhe de volta e disse-lhe que fosse lá ter, que eu ia andando. Esperar pelo Imram foi a minha sina, essa tarde.
Mas, ver a cidade pelo meu pé não me desagrada nunca. Atravessei o parque de estacionamento e segui pelo bazar que se distribui do lado de dentro das paredes exteriores do palácio, de acesso público. A caminho da Hawa Mahal Road atravessei mais uma porta trabalhada, a Naqqar Darwaza. Esta, amarela com pinturas lilás, já desvanecidas ou cobertas pelo pó. Jaipur esconde tesouros à vista. É preciso abstrair-se da confusão e ir olhando para cima.

Caminhei até avistar as famosas varandas do Hawa Mahal. Rosa no meio do rosa. Já eram quase cinco da tarde, e o “palácio dos ventos” fechava às cinco. Como também já tinha lido que seria mais bonito por fora que por dentro, entreguei-me ao destino e decidi não entrar. Fiquei parada na rua em frente, a apreciar as varandas reticuladas dos cinco andares do palácio. As 953 janelinhas desta ala, destinadas a simultaneamente mostrar o exterior, esconder as mulheres dos olhares externos e fazer ventilação, são a imagem de marca da cidade. Como uma colmeia com muitas rainhas, ou uma prisão glorificada. Paradoxos da beleza arquitectónica histórica.

Entretanto, naquele passeio em frente, também me apetecia uma janelinha onde me esconder e esperar que o Imram aparecesse. Não, não queria ir ver a loja que tinha os melhores produtos. Sim, sabia que Jaipur era conhecido pelos tecidos e pelas joias. Não, não queria ir para o café com o terraço com a melhor vista para o palácio. “Estou só à espera e a ver. Estou só à espera e a ver. Estou só à espera e a ver. Portugal. Sim, Cristiano Ronaldo. Just waiting. Não, não quero tirar uma foto.” Mais vinte minutos e nada de Imram. Mais cinquenta vezes as mesmas perguntas. Já nem respondia. Fui buscar um chai ao melhor sítio para os melhores chai. As bancas de rua nas esquinas mais movimentadas. Não sei se é o toque de fumos de escape, mas os melhores chai que já bebi foram em esquinas destas. Aqueles que, como nas bifanas, o tacho nunca é lavado e vai acumulando o gostinho no fundo. É ir acrescentando mais chá, mais leite, mais especiarias, moer o gengibre com pilão na hora, deixar subir o leite a ferver, e queimar o céu da boca com o primeiro golo da tacinha de barro. Maravilha. Entretanto, um rapaz estendeu-me uma cadeira para eu me sentar. As perguntas do costume, mas eu já com mais paciência. E um seu amigo chegou pouco tempo depois. Não me queria vender nada, o negócio dele eram exportações e tinha um amigo que vivia em Portugal. Falou de Cascais e Sintra e do Saramago e a espera fez-se mais leve. Pouco depois, chegou o Imram.
Começou a conduzir e disse que íamos aos cenotáfios reais das maharanis. Depois de uns minutos no trânsito, e com o sol a descer, mudou de ideias e disse irmos antes a um templo. “Very nice for sunset”. Percebi, mais tarde, que estava na hora da oração. Que ele precisava de me largar em qualquer lado que me ocupasse um bocado, rapidamente, e os cenotáfios estariam longe de mais. Saímos da cidade velha, em direcção à base de uma colina. “Monkey temple. Very beautiful.” Ao mesmo tempo que me explicava que devia subir a colina e passar para o outro lado, onde estaria o templo, e me aconselhava a não aceitar indicações de ninguém, que me iam querer levar lá e depois cobrar por ser guias, deixava-me ao pé de um rapaz que começou a subir ao meu lado. Nunca cheguei a perceber se se conheciam realmente, ou se o Imram estava com tanta pressa que nem se apercebeu, mas acabou por calhar bem.
O Suraj não me disse logo que trabalhava como “guia”, claro. A conversa começa sempre devagar, a perguntar o que estamos a achar da cidade, o que já vimos e se sabemos o que queremos fazer. Enquanto subíamos a estrada empinada que levava ao templo de onde se podia avistar toda a cidade, eu sorria e andava, sem saber quanta conversa dar, ele debitava informação que já me esqueci.

Havia um templo mais acima, mas o caminho bifurcava e contornava a colina. “The best part is on the other side.” Confiei e continuámos. Depois de uma curva, estávamos num mundo à parte, rodeados de montanhas. As Aravalli rodeiam Jaipur e o complexo de templos de Galtaji distribui-se num estreito vale entre as suas paredes escarpadas. Fomo-nos aproximando à medida que descíamos o caminho empinado e Suraj contou-me que, naquelas escarpas onde naquele momento corriam macacos, às vezes apareciam leopardos. Quando duvidei, mostrou-me um vídeo no telemóvel. As montanhas são o seu território e, ainda que as aparições ali sejam raras, acontecem. E pensar que 20 minutos antes estava no trânsito de Jaipur.

Não é só pelo templo ao deus Hanuman que Galtaji é apelidado de monkey temple. Tem uma população residente de dezenas, talvez centenas de macacos rhesus. Suraj prometia-me que eles não me fariam mal, que ele tratava deles e que havia um em particular que eu poderia tocar. Tive de insistir várias vezes em não querer interagir com nenhum macaco. Nem pela possibilidade de transmissão de raiva, nem por achar pouco ética a interacção com animais que deviam ser selvagens. Acho que ele nunca percebeu, mas eu fiquei aliviada de o ter ao meu lado a enxotá-los e a dizer-me quando passar, quando nos vimos rodeados. Não foram agressivos, até porque eu evitei qualquer contacto, mas eram demasiados, demasiado à vontade no meio das pessoas.

Já estávamos na sombra das montanhas. Os templos estão virados para o nascer do sol, de costas para onde se põe. Enquanto descíamos as escadas, a água dos sete tanques, em diferentes níveis, tomava aquele tom de mercúrio líquido da luz de fim de dia. Da nascente natural, no topo, vai fluindo entre escarpas e barragens até ao tanque principal, que reflectia as arcadas de um dos templos. O primeiro tanque, mais pequeno, é o tanque reservado aos macacos, que as pessoas não podem usar. Disse-me o Suraj que, durante o dia, quando faz mais calor, acorrem às dezenas. Àquela hora mais fresca ainda vi dois ou três em mergulhos divertidos. Os outros tanques não são reservados aos macacos, mas, como tudo o resto, também são território seu. Em dias festivos, estarão também pessoas em banhos rituais, ou só refrescantes.


Apesar da tensão latente provocada pela quantidade de macacos, estava extasiada com tudo aquilo. A tranquilidade, a beleza dos templos com as suas arcadas, abóbadas e pavilhões em amarelo torrado, como se fossem realmente parte da pedra das montanhas, as escarpas de xisto oblíquo, o som da água, as árvores. Um mundo à parte de Jaipur, ali tão perto.

Chegámos à base da montanha, um vale mais aberto, onde se distribuem os maiores templos e ashrams dos yogis e sadhus da corrente Vaishnav do Hinduismo, que aqui residem. Reza a lenda, que foi lugar de peregrinação e refúgio para sadhus e eremitas desde tempos imemoriais e que foi devido às penitências e fé de um deles que os deuses abençoaram a montanha com um fonte eterna de água. A nascente que alimenta os tanques, que são por isso sagrados. Também se conta que Tulsidas, o poeta que escreveu o Ramayana, um dos épicos hindus, residiu em Galtaji, onde escreveu um dos seus capítulos. Os templos que se vêm hoje, são obra do marajá Sawai Jai Singh II, o fundador de Jaipur no século XVIII, e o seu desenho segue o dos palácios da cidade. Os templos antigos, distribuem-se, abandonados, pelas montanhas circundantes, ou estão nos alicerces destes.

Não sei como será todo o complexo em festivais ou dias de peregrinação. Imagino que caótico. Mas naquele fim de tarde, éramos não mais de dez pessoas. Uma paz apenas quebrada pelo gritinho esporádico de alguém a quem um macaco tentava roubar algo. O Suraj ajudou duas miúdas com medo de passar por um grupo deles, e subimos juntos de volta à entrada do topo, onde me ofereceu um chai.

Entretanto, já me tinha contado como o tour leader da Intrepid lhe costumava ligar, para ele guiar os seus grupos pelo templo, e como se fazia amigo de muitos viajantes que, como eu, ali chegavam. Eu estava mesmo a ver por onde ia a conversa, mas sentia que, apesar de não a ter pedido, a sua companhia e informações tinham feito sentido. É sempre um equilíbrio difícil, não contaminar as experiências com pagamentos, mas também não ser injusto para quem está a fazer pela vida. É algo para o qual não tenho respostas, vou reagindo ao que vou sentindo. Então, depois de contratar um moto táxi, onde fomos os três, para nos atravessar a colina de volta à entrada onde o Imram me deixara, e de ele me fazer a conversa final de que podia dar o que achasse justo, dei-lhe 500 rupias por aquela hora e liguei ao Imram, que só me atendeu à terceira. Já era noite e o portão de acesso ia fechar. O Suraj cedeu-me o assento da sua scooter, e esperou comigo junto à estrada que ele se dignasse a aparecer. Trocámos números e pediu-me que o recomendasse a amigos, que farei.
Por essa altura, já estava pronta para ir para o hostel descansar, a sentir que o preço para transportar-me entre três sítios numa tarde tinha sido um bocado abusivo, e não de todo aquilo que ele me tinha vendido. Felizmente, não estava com limitações de orçamento, mas o princípio incomodava-me. Mas, claro, não podíamos acabar assim. Faltava o toque sempre final da visita à loja, que é sempre a melhor e menos turística. Já sei como a coisa funciona. Pedi-lhe só que não fosse longe, que estava cansada, e preveni-o que não ia comprar nada. “No problem. You don’t like, you don’t buy” A conversa é sempre a mesma.
Até hoje, não percebo muito bem o que se passava na cabeça do Imram. Ao mesmo tempo que me dizia que eu era muito simpática e que me queria mostrar as melhores coisas, e, principalmente, que deveria deixar-me satisfeita porque queria que eu continuasse com ele no dia seguinte para ver os fortes, tomava as decisões mais estapafúrdias. Depois de lhe dizer que não queria ir longe, andou às voltas a acelerar no meio do trânsito, que estava cada vez pior. De repente, estacionou numa berma de estrada com quatro faixas e um grande separador central e disse “come, come”. A loja era do outro lado da estrada. Passámos os carros e saltou para cima do separador, que me dava pelo peito e estava cheio de terra e plantas. Entre buzinadelas e razias, saltei também e fiquei com as mãos cheias de terra. Ele já ia do outro lado da estrada, a fazer sinal para o continuar a seguir. Na volta para o tuk-tuk, depois da visita à loja, a mesma cegada.
Na loja acharam estranho a chegada tão tardia, mas fizeram-me a visita na mesma. E foi interessante, perceber como fazem à mão os padrões dos tecidos a partir dos selos em madeira (block printing), método tradicional desta zona do Rajastão, e saber quais os pigmentos naturais usados para fazer determinadas cores. Atravessei a loja e a conversa sobre como produzem os melhores tecidos, mas também têm mais baratos e industriais, se eu preferisse, vi os vários alfaiates e costureiros, que me fariam um fato completo para o dia seguinte, se eu quisesse, e deixei que me mostrassem todos os lenços e pashminas enquanto bebia um chai. Já conheço o sistema e não queria ofender ninguém, mas fui reforçando que não tinha muito espaço na mochila. Entretanto, lembrei-me que me esquecera de trazer um lenço para a viagem e deixei-me convencer a levar um que me sorriu. Típico.
De volta ao tuk-tuk, com as mãos sujas de lama do separador, disse ao Imram que já chegava. Que era mesmo para voltar para o hostel e, chegando lá, disse-lhe que queria levar o dia seguinte com calma e lhe ligava se decidisse ir aos fortes. Estava cansada, sentia-me ligeiramente enganada e, apesar de confortável com o gasto extra, não me apetecia passar o da seguinte com a mesma sensação.
Ao chegar ao quarto, confirmei que já tinham arranjado a porta da casa de banho, que estava trancada por dentro quando cheguei e exigiu que mudassem a fechadura porque ninguém tinha chave. Havia madeira da porta por todo o lado. Deixei-os a limpar aquilo enquanto jantava no terraço, absorvendo o fluxo constante de amor-ódio que fora esse dia. Tinha chegado à cidade há menos de oito horas e parecia que já tinha vivido três vidas diferentes. Nos três anos de ausência da Índia, esta sensação sempre tão presente tinha-se desvanecido da minha memória. Lembrava-o, racionalmente, mas tinha-me esquecido como esta intensidade nos toma o corpo todo, não só a mente.
Obrigado por compartilhar sua conta de viagem em Jaipur. Embora a cidade ofereça tanto, muitas vezes se torna um “ataque sensorial” com caos, tráfego, barulho e cheiro para as pessoas que chegam do hemisfério ocidental. Se você viajou muito pela Ásia ou viveu por algum tempo, não é o caso porque você espera. É verdade que os guias virão disfarçados de pessoas normais, mas ainda assim, existem muitas pessoas genuínas que estarão prontas para ajudá-lo. Se você encontrar um guia, em algum momento ele começará a história de venda para levá-lo a alguma loja. Espero que, apesar da intensidade a que você foi exposto, tenha sido uma viagem memorável para você em Jaipur, que é minha cidade natal.
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Hi Arv, thank you for your coment! I have traveled in India extensively since 2017. Just hadn’t been back since 2020 and my brain forgot, but I do know most of the tricks 🙂 . Jaipur is a beautiful city, despite the chaos and touts. Definitely worth a visit.
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Encantado com o teu relato, Filipa! Estive lá uns dias depois de ti, passei pelos mesmos lugares, mas não vi nem metade do que tu viste e descreves com tão boa escrita e melhor humor. Não soube levantar os olhos…
Claro!
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Obrigada Henrique! Jaipur tem que se lhe diga 🙂
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