Em Vilaserio testamos a arte de não fazer nenhum. Aldeia de 1 Albergue, “O Rueiro”, 1 restaurante , “A nosa casa”, dos mesmos donos, e umas 10 casas das quais 3 ou 4 (com sorte) serão habitadas. Portas e janelas fechadas, tectos a céu aberto, escadas que levam a lugar nenhum. Dizia-nos a senhora do albergue em Negreira “No pasa nada”. Confirma-se.
Então passamos a tarde a caminhar devagar pela rua deserta, a tirar fotos, a explorar caminhos que não levam a lugar nenhum mas servem de desculpa a mais dois dedos de conversa e piadas fáceis.
Não nos conheciamos todos antes deste caminho. Estes tempos servem tambem para nos descobrirmos e eu gosto do que encontro.
Quando esgotamos os passeios bebemos Estrellas Galicias e fazemos jogos de mimica. Vemos chegarem cada vez mais caminhantes que abrem a janela do “nosso” quarto ao ataque dos milhares de mosquitos que vimos no tecto. Nós estamos refastelados na sombra, com papeis colados na testa, tentando adivinhar que personagem somos.
A comida, ao contrário do que afirmara, convicta, a mesma senhora do albergue anterior, é má. Aquele mau que afirmam muitos Portugueses quanto à comida Espanhola, e eu nunca tinha sentido. Ainda falamos de tentar a sorte a pedir a alguma velhinha vizinha para nos cozinhar uma sopita, mas nunca se dá a oportunidade. Perguntamo-nos o que farão com tanta couve galega que se vê por aí plantada.